Territórios negros na cidade de Vitória-ES (2024): proposta de circuito para aula de campo de geografia

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2024
Autores
Souza, Aingrid Fabiane de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Federal do Espírito Santo
Resumo
O trabalho apresenta o resultado de uma investigação, por meio de pesquisa documental, que tem por objetivo identificar os territórios negros (que resistiram e resistem) existentes atualmente na cidade de Vitória-ES e sugestionar um roteiro para aula de campo de geografia com possibilidades de diálogo interdisciplinar com história, artes, sociologia e relações étnico raciais, com potencialidade de ser adotado com turmas do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior, pois permite diversas abordagens. Não é objetivo da pesquisa esgotar o tema e apontar todos os possíveis territórios, uma vez que tal empreitada é impossível, seja pela fonte de pesquisa documental, seja pela necessidade de resguardar práticas religiosas de matriz africana expostas frequentemente a violência motivada pela intolerância religiosa, racismo e pré-conceitos. A realização de uma aula de campo por um circuito de territórios negros na cidade de Vitória-ES proporcionará aos alunos uma experiência educativa rica e multifacetada. Essa prática não apenas complementará o conhecimento teórico, mas também promoverá uma conexão significativa com a cidade e com a realidade social e cultural dos locais visitados, contribuindo para uma formação mais completa e reflexiva dos estudantes. Para os fins desta pesquisa, adotaremos a concepção de território negro relacional proposto por Pedrosa (2023) que dialoga com os conceitos de território e territorialidade abordados por Milton Santos (2000) e Haesbaert (2004). Entendemos o território negro como os diversos espaços ocupados pela população negra, variando em escalas e contextos, demarcados por limites que nem sempre são fixos, reconhecidos e caracterizados pela coletividade que os conforma. Incluem-se tanto os espaços que a população negra frequenta e utiliza para sociabilidade e práticas culturais quanto os monumentos e edificações que evocam simbolicamente a presença ou a memória negra. A breve análise histórica e demográfica da cidade de Vitória, ES, revela um padrão persistente de segregação e exclusão da população negra que se estende desde o período colonial até os dias atuais. Desde a chegada dos africanos escravizados até o presente momento, a população negra em Vitória tem enfrentado uma trajetória marcada por dificuldades socioeconômicas e desigualdades. Apesar de representarem mais de 50% da população de Vitória, os negros e pardos continuam a residir predominantemente em bairros com menor valorização econômica. A concentração significativa da população negra em áreas como o bairro da Piedade e nas regiões administrativas de São Pedro, Santo Antônio, Goiabeiras e Grande Maruípe, em contraste com sua escassez em bairros de maior poder econômico, sublinha a persistência de desigualdades espaciais. Conclui que os processos raciais são fenômenos que imprimem suas marcas no espaço geográfico e propor a realização aulas de campo pelo circuito resgata, registra, traz visibilidade e valoriza a história e a presença comunidade negra e sua existência na cidade de Vitória-ES.
Descrição
Palavras-chave
Aula de campo , Aula de campo de geografia , Território , Território negro , Territórios negros na cidade de Vitória-ES , Ensino de geografia
Citação
SOUZA, Aingrid Fabiane de. Territórios negros na cidade de Vitória-ES (2024): proposta de circuito para aula de campo de geografia. 2024. Trabalho de Conclusão de Curso (licenciatura em Geografia) – Universidade Federal do Espírito Santo, 2024.
Coleções