Atlantique: amor como política, espiritualidade anticolonial e suas cartografias afetivas
Nenhuma Miniatura disponível
Data
2023-08-25
Autores
Ghil, Roger Gomes
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Federal do Espírito Santo
Resumo
A partir da obra cinematográfica de longa-metragem Atlantique (Mati Diop; Bélgica, França e Senegal; 2019), analisada sob a ótica da corrente filosófica Oxunismo (AKOTIRENE, 2019), investigaremos como são criados espaços perecíveis de liberdade (BRASILEIRO, 2022) no contexto colonial necropolítico e epistemicida (MBEMBE, 2018) através de uma política de intimidade interespecífica que desenvolve a presença de um “olhar opositor” (HOOKS, 2019), o acesso à memória (FERREIRA DA SILVA, 2019) e à ancestralidade (lembrança), e agenciam uma performance anticolonial feminina que reivindica, estetiza, gesta e concebe novos territórios (cartográficos e afetivos) diaspóricos e ecológicos (GRIJALVA, 2020). Apontamos que pensar o território a partir do corpo negro é entender que este corpo - devido a sequestros e diásporas – assume o papel de abrigo da ancestralidade que, ao ser acessada pelos processos de intimidade (SOMÉ, 2007) com essas espiritualidades anticoloniais aponta a forja de uma nova história. Propomos, ainda, a primordial função das mulheres negras e das práticas amorosas como gestos de cura (HOOKS, 2020), no movimento de manutenção da memória dentro dos processos migratórios. A partir de uma epistemologia e metodologia livre e despossuída (HARVEY, 2014), torna-se fundamento teórico a vida cotidiana, o que possibilita a aproximação com a diretora da obra (FREITAS, 2021) e a incorporação espelhada de uma cartografia afetiva que nos transborda em cinema.
Descrição
Palavras-chave
Anticolonialidade , Espiritualidade , Território