Biologia reprodutiva de Melocactus Violaceus Pfeiff. (Cactaceae)

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Data
2019-03-18
Autores
Caitano, Haissa de Abreu
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Editor
Universidade Federal do Espírito Santo
Resumo
Melocactus violaceus é uma espécie endêmica do Brasil que ocorre na Caatinga e Mata Atlântica. Na Mata Atlântica, é encontra nas restingas, ecossistema que sofre com altas pressões antrópicas e fragmentação de habitats. Atualmente a espécie apresenta o status vulnerável na Lista Vermelha da IUCN, na Lista Vermelha da Flora do Brasil e na Lista de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Por se tratar de uma espécie ameaçada de extinção e ocorrer em um dos ecossistemas mais ameaçados do Brasil, estudos de biologia floral e reprodutiva são de extrema relevância, já que objetivam reportar informações sobre a reprodução das espécies. O objetivo deste trabalho foi estudar a biologia floral e reprodutiva de M. violaceus a fim de levantar e relatar informações relevantes para a conservação da espécie. O trabalho foi realizado no Parque Estadual Paulo César Vinha, nos anos de 2016, 2018 e 2019, em duas populações naturais de M. violaceus e em plantas cultivadas em casa de vegetação, provenientes de uma apreensão ilegal. Foram realizados estudos da morfologia floral, testes de viabilidade de grãos de pólen e de receptividade do estigma, medições de néctar, fenologia reprodutiva, sistema de cruzamento e levantamento de visitantes florais. As flores de M. violaceus são tubulosas, com forte coloração rosácea e não apresentam odor, características que sugerem a ornitofilia. As flores duram apenas um dia e a antese iniciou-se entre às 12:00 e 14:00h, ocorrendo o fechamento entre às 21:00 e 23:00h. Foram verificadas altas taxas de inviabilidade de grãos de pólen (85%) e de sementes (81%). A floração e a frutificação foram contínuas, com pico de floração entre os meses de julho a dezembro/2018 e de frutificação entre os meses de julho a novembro/2018. Foram registradas uma espécie de beija-flor e quatro morfoespécies de formigas visitando as flores de M. violaceus, mas apenas o beija-flor Phaethornis idaliae pode ser considerado polinizador da espécie. Entretanto, essa espécie de beija-flor apresentou baixa frequência de visitação em 2018 e não foi observado em 2019, o que pode indicar que a população analisada não apresenta visitantes florais efetivos, embora os indivíduos estejam produzindo frutos. Todos esses fatores, em conjunto com a mortalidade natural de indivíduos adultos e com a extração ilegal observadas no parque apontam para um agravamento, a curto prazo, no estado de conservação da espécie, já que poucas populações são conhecidas no Espírito Santo.
Descrição
Palavras-chave
Coroa-de-frade , Conservação , Extração ilegal , Fenologia , Restinga , Polinização
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