"A revolta da vacina no Rio de Janeiro: análise das implicações sociais, políticas e de saúde pública"

dc.contributor.advisor1Prado, Solange Faria
dc.contributor.advisor1IDhttps://orcid.org/0000-0002-3767-7520
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/3545263120039049
dc.contributor.authorBarros, Romário Pereira de
dc.date.accessioned2025-09-05T16:43:10Z
dc.date.available2025-09-05T16:43:10Z
dc.date.issued2024
dc.description.abstractNo século XIX, a Europa passou por um intenso processo de urbanização, especialmente nas grandes cidades industriais como Paris. Sob o comando do prefeito Georges-Eugène Haussmann, Paris foi radicalmente transformada através do redesenho de suas ruas, demolição de áreas densamente povoadas e construção de novos edifícios e avenidas. Essas mudanças buscavam modernizar a cidade, melhorar o fluxo de pessoas e bens, e facilitar o controle do governo sobre a população. David Harvey, em sua obra "Paris, Capital of Modernity", explora como a Haussmannização não apenas remodelou a geografia física da cidade, mas também reconfigurou suas relações sociais, políticas e econômicas. As reformas parisienses foram emblemáticas de uma era de modernização urbana em toda a Europa, que serviu de modelo e inspiração para outras cidades ao redor do mundo. No contexto específico do Rio de Janeiro, as reformas urbanas foram fortemente influenciadas pelo modelo parisiense. O prefeito Pereira Passos, inspirado nas transformações ocorridas em Paris, implementou um programa abrangente de modernização urbana que ficou conhecido como "bota-abaixo". Esse programa envolveu a abertura de avenidas, o alargamento de ruas, a demolição de cortiços e a criação de novos espaços públicos. Líderes políticos e intelectuais acreditavam que a modernização urbana colocaria o Rio de Janeiro no mesmo patamar das grandes capitais europeias, conferindo-lhe prestígio internacional e atraindo investimentos e imigrantes. Beatriz Jaguaribe, em "O Choque do Real: estética, mídia e cultura em tempos de globalização", argumenta que as políticas de urbanização no Rio de Janeiro refletiam uma aspiração de modernidade e progresso, mas também exacerbavam as desigualdades sociais e raciais. A saúde pública e as políticas de vacinação são temas centrais no estudo das intervenções estatais para a promoção da saúde e a prevenção de doenças. A Revolta da Vacina de 1904 é um evento emblemático que ilustra os desafios e controvérsias envolvidos na implementação de políticas de saúde pública. Michel Foucault, em "Vigiar e Punir: História da Violência nas Prisões", discute como o Estado utiliza a saúde pública como uma forma de biopoder para controlar e disciplinar a população, através de medidas como a vacinação obrigatória. Luiz Otávio Ferreira, em "Oswaldo Cruz e o Controle da Febre Amarela", descreve como Oswaldo Cruz liderou campanhas de saneamento e vacinação que foram essenciais para controlar epidemias como a febre amarela. Gilberto Hochman, em "A Era do Saneamento: As Bases da Política de Saúde Pública no Brasil", explora como essas políticas foram implementadas no contexto brasileiro e os desafios enfrentados. A Revolta da Vacina de 1904, ocorrida no Rio de Janeiro, foi uma resposta popular significativa contra a vacinação obrigatória imposta pelo governo de Rodrigues Alves e executada por Oswaldo Cruz. A resistência popular era alimentada por fatores culturais, sociais e econômicos, além de uma desconfiança generalizada em relação às intervenções governamentais. Gagliardi e Castro destacam que a obrigação da vacinação foi utilizada como pretexto pela oposição ao governo para se rebelar, refletindo disputas políticas e um profundo descontentamento com as condições de vida da população. A revolta teve início em novembro de 1904, com a fundação da Liga Contra a Vacina Obrigatória e manifestações que culminaram em embates violentos com a polícia, resultando em mortes, feridos e destruição significativa na cidade. A insatisfação popular não se limitava à vacinação obrigatória, mas também refletia as precárias condições socioeconômicas e a falta de diálogo entre governo e população. As medidas sanitárias, vistas como autoritárias e invasivas, intensificaram as tensões sociais e políticas, culminando em uma revolta que evidenciou a distância entre as elites dirigentes e as classes populares. Em suma, a Revolta da Vacina de 1904 exemplifica a complexa interação entre ciência, política e sociedade, destacando a importância de considerar as sensibilidades e os direitos da população na implementação de políticas de saúde pública.
dc.formatText
dc.identifier.citationBARROS, Romário Pereira de. "A revolta da vacina no Rio de Janeiro: análise das implicações sociais, políticas e de saúde pública". Monografia (Graduação em História): Vitória, 2024.
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/20337
dc.languagepor
dc.language.isopt_BR
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseLicenciatura EaD em História
dc.publisher.departmentSuperintendência de Educação a Distância
dc.publisher.initialsUFES
dc.rightsopen access
dc.subjectRevolta da vacina
dc.subjectVacinação obrigatória
dc.subjectRio de Janeiro
dc.subjectSaúde pública
dc.title"A revolta da vacina no Rio de Janeiro: análise das implicações sociais, políticas e de saúde pública"
dc.typebachelorThesis
foaf.mboxemail@ufes.br
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