O erro de Espinosa: um estudo sobre a sua questão sobre o suicídio

dc.contributor.advisor1Oliveira, Lúcio Vaz de
dc.contributor.advisor1IDhttps://orcid.org/0000-0001-8035-4228
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/
dc.contributor.authorRocha, Tarcísio Diego da
dc.contributor.authorIDhttps://orcid.org/
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/
dc.contributor.referee1Santiago, Homero Silveira
dc.contributor.referee1IDhttps://orcid.org/
dc.contributor.referee1Latteshttp://lattes.cnpq.br/
dc.contributor.referee2Pinheiro, Ulysses
dc.contributor.referee2IDhttps://orcid.org/
dc.contributor.referee2Latteshttp://lattes.cnpq.br/
dc.date.accessioned2024-10-16T19:34:26Z
dc.date.available2024-10-16T19:34:26Z
dc.date.issued2024-07-12
dc.description.abstractThe core of this study is to investigate and debate the most significant requirements for understanding the question of suicide in Spinoza’s philosophy. For him, suicide would be impossible, and this thesis is based on one of his most basic ontological conceptions: substance cannot cause its own non-existence. This point of view extends to finite modes, which, although determined, are, unlike substance, not necessary. Under Spinoza’s strong determinism, every entity in duration is endowed with a universally applied principle of selfpreservation. Therefore, there could be no internal principle of self-destruction, since all destruction should stem from something out of the individual or thing. Thus, suicides would be considered impractical. In this way, there is a strong conflict between this systematic philosophy and observable experiences. The Dutch philosopher argues that an extended individual is a composite of several other smaller individuals sustained by a structure, just as the mind is a composite of several (related) ideas. Both the composite body and the composite mind are inexorably determined. Spinoza rejects the thesis of free will and denies freedom to the act of suicide, because, he says, the human being cannot be an empire within an empire. However, in the course of Ethica, Spinoza himself seems to gradually soften his excessively strong, deterministic theses from the Pars Prima forwards. Although he doesn’t explicitly acknowledge it, in at least one of his explanatory models in E IV, prop. 20, esc., in which he reports three cases of self-caused deaths, particularly in the case of Seneca, Spinoza tacitly grants some freedom to the agent, since the suggested solution that Seneca was coerced by mental representations to kill himself seems insufficient. We conclude that Spinoza’s philosophy of action makes significant contributions to the discussion of suicide by rejecting supernatural determinations and prejudices, replacing it by the axis of causal investigation of natural causes, which, we suggest, may include intra-human causes. On the other hand, we seek to challenge the theory, which we consider flawed, that no one can wish to die. We argue that Spinoza’s error lies in the universality and unfailing character of the conatus and in the conception of suicide as an impossible act. Suicide is considered by Spinoza to be a logical chimera from the point of view of understanding, conceivable only through the same kind of knowledge that leads us to imagine talking trees.
dc.description.resumoO objetivo deste trabalho é assinalar e debater os requisitos mais significativos para compreender a questão do suicídio na filosofia de Espinosa. Para ele, o suicídio seria impossível, essa tese está fundamentada em uma de suas concepções ontológicas mais basilares: a substância não pode causar a sua própria não-existência. Essa visão se estende aos modos finitos, que, embora determinados, não são necessários – diferentemente da substância. Sob seu determinismo forte, todo ente na duração é dotado de um princípio de autoconservação – universalmente aplicado. Portanto, não poderia haver qualquer princípio interno de autodestruição, já que toda destruição deveria se originar externamente ao indivíduo ou coisa. Consequentemente, os suicídios seriam considerados impraticáveis. Dessarte, há um forte conflito entre essa filosofia sistemática e as experiências observáveis. O filósofo holandês argumenta que um indivíduo extenso é um composto de vários outros indivíduos menores sustentados por uma estrutura, assim como a mente é um composto de várias ideias (relacionadas). Tanto o corpo composto quanto a mente composta são inexoravelmente determinados. Espinosa rejeita a tese do livre-arbítrio e nega liberdade ao ato de suicídio, dada sua visão de que o ser humano não pode ser um império em um império. Todavia, o próprio Espinosa, no decorrer da Ethica, parece suavizar, de maneira paulatina, suas teses deterministas excessivamente fortes da Primeira Parte. Conquanto não reconheça explicitamente, em, pelo menos, um de seus modelos explicativos de E IV, prop. 20, esc., no qual relata três casos de mortes autocausadas, particularmente no caso de Sêneca, Espinosa de maneira tácita concede alguma liberdade ao agente, já que a solução sugerida de que Sêneca foi coagido por representações mentais a se matar parece insuficiente. Concluímos que a filosofia da ação espinosana traz contribuições significativas para a discussão sobre o suicídio ao rejeitar determinações e preconceitos sobrenaturais, substituindo o eixo da investigação causal do ato por causas naturais, que, assim sugerimos, podem incluir causas intra-humanas. Por outro lado, buscamos contestar a teoria, que consideramos deficiente: de que ninguém pode desejar morrer. Argumentamos que o erro de Espinosa reside na universalidade e no caráter indefectível do conato, bem como na concepção do suicídio como um ato impossível. Esse último é considerado pelo filósofo holandês como uma quimera lógica do ponto de vista do entendimento, sendo concebível apenas pelo mesmo tipo de conhecimento que nos leva a imaginar árvores falantes.
dc.description.sponsorshipAgência de fomento
dc.formatText
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/17960
dc.languagepor
dc.language.isopt
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseMestrado em Filosofia
dc.publisher.departmentCentro de Ciências Humanas e Naturais
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Filosofia
dc.rightsopen access, restricted access ou embargoed access
dc.subjectIdentidade pessoal
dc.subjectDeterminação
dc.subjectLiberdade
dc.subject.cnpqFilosofia
dc.titleO erro de Espinosa: um estudo sobre a sua questão sobre o suicídio
dc.title.alternativeTítulo alternativo do documento e/ou traduzido em outro idioma
dc.typedoctoralThesis
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