Vigilância oncológica e iniquidades no câncer do colo do útero: completude da informação e sobrevida global na rede de atenção à saúde do Espírito Santo

dc.contributor.advisor-co1Grippa, Wesley Rocha
dc.contributor.advisor-co1IDhttps://orcid.org/0000-0003-3572-6031
dc.contributor.advisor-co1Latteshttp://lattes.cnpq.br/5241970584204623
dc.contributor.advisor1Lopes Júnior, Luís Carlos
dc.contributor.advisor1IDhttps://orcid.org/0000-0002-2424-6510
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/5919501773501977
dc.contributor.authorSchuab, Sara Isabel Pimentel de Carvalho
dc.contributor.authorIDhttps://orcid.org/0000-0002-8372-325X
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/4847886860958146
dc.contributor.referee1Dell'Antonio, Larissa Soares
dc.contributor.referee1Latteshttp://lattes.cnpq.br/7471454027993709
dc.contributor.referee2Almeida, Márcia Valéria de Souza
dc.contributor.referee2IDhttps://orcid.org/0000-0002-1318-7084
dc.contributor.referee2Latteshttp://lattes.cnpq.br/9372951429429767
dc.date.accessioned2025-08-04T21:44:11Z
dc.date.available2025-08-04T21:44:11Z
dc.date.issued2025-04-29
dc.description.abstractIntroduction: Cervical cancer remains a major public health concern in Brazil, particularly in socially vulnerable contexts and regions marked by health inequities. Strengthening oncological surveillance and care pathways depends on the quality of information recorded in Hospital Cancer Registries (HCRs), as well as an understanding of care patterns and survival determinants. This dissertation, comprising three interconnected studies, analyzed data completeness, clinical-care profiles, and cause-specific survival among women with cervical cancer treated within the Oncology Care Network (RAO) of Espírito Santo (ES). Aim: To comprehensively examine the quality of cancer registry data and cause-specific survival of women diagnosed with cervical cancer in the RAO of Espírito Santo between 2000 and 2020, based on HCR data. Methods: Retrospective observational study, developed from secondary data from the RHC of Espírito Santo. The first study evaluated 10,140 cases (2000–2020), applying the Mann-Kendall test to assess temporal trends in data incompleteness and the Friedman test to evaluate changes in information quality over time. The second study was a retrospective cohort of 7,633 women diagnosed between 2000 and 2016. HCR data were linked deterministically to the Mortality Information System (SIM/ES). Five-year cause-specific survival was estimated using the Kaplan-Meier method, and factors associated with cancer-related mortality were analyzed through Cox proportional hazards regression. Results: In the first study, most variables showed excellent completeness (<5%). However, key clinical variables—such as TNM staging, family history of cancer, and disease status at the end of treatment—had very poor completeness (>50%). A significant worsening in completeness was observed for variables such as history of alcohol consumption(p=0.001), history of tobacco consumption (p=0.007), and disease status at the end of first treatment (p<0.001). Conversely, completeness improved over time for 18 variables, including initial clinical presentation (p<0.001) and screening year (p=0.005). In the second study, the overall five-year cause-specific survival was estimated at 80.3% (95%CI: 79.4%–81.2%). Women aged ≥70 years had a 93.5% higher risk of cervical cancer-related death (HR=1.935; 95%CI: 1.520–2.464; p<0.001). Marital status without a partner was associated with higher mortality: widowed/divorced (HR=1.187; 95%CI: 1.017–1.386; p=0.030) and single women (HR=1.266; 95%CI: 1.092–1.468; p=0.002). The presence of distant metastases increased the risk of death nearly fourfold (HR=3.945; 95%CI: 3.265–4.766; p<0.001). Higher education level was protective (HR=0.621; 95%CI: 0.406–0.951; p=0.028). Regarding first-line treatment, risk of mortality was significantly higher for patients treated with chemotherapy (HR=19.576; 95%CI: 11.819–32.423), radiotherapy (HR=15.072; 95%CI: 11.291–20.121), or combined chemoradiotherapy (HR=17.953; 95%CI: 13.319–24.199), compared to surgery. Conclusion: This dissertation highlights that, although HCR data completeness is generally satisfactory, significant gaps persist in key clinical variables. Inequities in access to care, reflected in referral source and treatment patterns, compromise continuity of care. Cervical cancer survival is strongly influenced by sociodemographic and clinical factors, underscoring the need for more effective screening strategies, standardized data collection, and policies to promote equitable access to diagnosis and treatment. The findings reinforce the strategic role of HCRs in cancer surveillance, health system management, and public policy planning.
dc.description.resumoIntrodução: O câncer do colo do útero constitui um importante problema de saúde pública no Brasil, especialmente em contextos de vulnerabilidade social e desigualdade regional. O fortalecimento da vigilância oncológica e da linha de cuidado depende da qualidade da informação disponível nos Registros Hospitalares de Câncer (RHC), bem como da compreensão do perfil assistencial das pacientes e dos fatores associados à sobrevida. Esta dissertação, composta por três estudos, analisou de forma articulada a completude dos dados, o perfil clínico-assistencial e a sobrevida específica de mulheres com câncer do colo do útero na Rede de Atenção Oncológica (RAO) do Espírito Santo (ES). Objetivo: Analisar, de forma integrada, a qualidade da informação e a sobrevida específica de mulheres diagnosticadas com câncer do colo do útero na RAO do ES, no período de 2000 a 2020, com base nos dados dos RHC. Métodos: Estudo observacional retrospectivo, desenvolvido a partir de dados secundários dos RHC do Espírito Santo. O 1ºartigo analisou 10.140 casos entre 2000 e 2020, utilizando o teste de Mann-Kendall para verificar tendência temporal da incompletude e o teste de Friedman para avaliar variações na qualidade da informação. O 2º artigo consistiu em estudo de coorte retrospectiva com 7.633 mulheres diagnosticadas entre 2000-2016, vinculando os RHC ao Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/ES) via linkage determinístico. Estimou-se a sobrevida específica em cinco anos pelo método de Kaplan-Meier e analisaram-se os fatores associados à mortalidade por regressão de Cox. Resultados: No primeiro estudo, a maioria das variáveis apresentou completude classificada como excelente (<5%). No entanto, variáveis clínicas relevantes como estadiamento TNM, histórico familiar de câncer e estado da doença ao final do tratamento hospitalar apresentaram incompletude muito ruim (>50%). Observou-se tendência de piora significativa na completude para as variáveis histórico de consumo de bebida alcoólica (p=0,001), histórico de consumo de tabaco (p=0,007) e estado da doença ao final do primeiro tratamento (p<0,001). Por outro lado, houve tendência de melhora na completude para 18 variáveis, incluindo clínica de início do tratamento (p<0,001) e ano da triagem (p=0,005). A sobrevida específica global em cinco anos foi estimada em 80,3% (IC95%: 79,4%–81,2%). Mulheres com idade ≥70 anos apresentaram 93,5% mais risco de morte por câncer cervical (HR=1,935; IC95%: 1,520–2,464; p<0,001). O estado conjugal sem parceiro esteve associado a maior risco de óbito: viúvas/divorciadas (HR=1,187; IC95%: 1,017–1,386; p=0,030) e solteiras (HR=1,266; IC95%: 1,092–1,468; p=0,002). A presença de metástase à distância aumentou em 3,9 vezes o risco de mortalidade específica (HR=3,945; IC95%: 3,265–4,766; p<0,001). A escolaridade superior foi fator protetor (HR=0,621; IC95%: 0,406–0,951; p=0,028). Quanto à primeira terapêutica, os riscos de mortalidade aumentaram significativamente para os grupos tratados com quimioterapia (HR=19,576; IC95%: 11,819–32,423), radioterapia (HR=15,072; IC95%: 11,291–20,121) e radioterapia combinada à quimioterapia (HR=17,953; IC95%: 13,319–24,199), em comparação à cirurgia. Conclusão: A dissertação evidencia que, embora a completude dos RHC seja satisfatória para a maioria das variáveis, ainda há importantes lacunas em registros clínicos estratégicos. A sobrevida das mulheres com câncer do colo do útero está fortemente influenciada por fatores sociodemográficos e clínicos, revelando a urgência de estratégias de rastreamento mais efetivas, padronização dos registros e ações que promovam a equidade no acesso ao diagnóstico e tratamento oncológico. Os achados reforçam a importância dos RHC como ferramenta de vigilância, gestão e planejamento de políticas públicas em saúde.
dc.description.sponsorshipFundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES)
dc.formatText
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/19980
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseMestrado em Saúde Coletiva
dc.publisher.departmentCentro de Ciências da Saúde
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
dc.rightsopen access
dc.subjectCâncer do colo do útero
dc.subjectAnálise de sobrevida
dc.subjectSaúde pública
dc.subject.cnpqSaúde Coletiva
dc.titleVigilância oncológica e iniquidades no câncer do colo do útero: completude da informação e sobrevida global na rede de atenção à saúde do Espírito Santo
dc.typemasterThesis
Arquivos
Pacote Original
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
SaraIsabelPimenteldeCarvalhoSchuab-2025-Dissertacao.pdf
Tamanho:
3.13 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Descrição:
Licença do Pacote
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
license.txt
Tamanho:
1.71 KB
Formato:
Item-specific license agreed upon to submission
Descrição: