Conflito familiar, vida urbana e estigmatização na África Proconsularis: o caso de Apuleio de Madaura (século II d.C.)

dc.contributor.advisor1Silva, Gilvan Ventura da
dc.contributor.authorLima Neto, Belchior Monteiro
dc.contributor.referee1Guarinello, Norberto Luiz
dc.contributor.referee2Mendes, Norma Musco
dc.contributor.referee3Feldman, Sérgio Alberto
dc.contributor.referee4Leite, Leni Ribeiro
dc.date.accessioned2016-08-29T15:07:38Z
dc.date.available2016-07-11
dc.date.available2016-08-29T15:07:38Z
dc.date.issued2015-06-26
dc.description.abstractIn ancient roman society, marriage was a way to consolidate family alliances and often to serve political, economical and social conveniences, as in the case of the union between Apuleius and Aemilia Pudentilla, in the town of Oea. This matrimony allowed Pudentilla to benefit from the author’s amicitia with important personalities of the imperial society and thus gave her eldest son, Sicinius Pontianus, possibilities of social ascension. On the other hand, it represented a new paradigm of political and matrimonial relations in Oea and broke an ancestral alliance between two of the most important local families: the Aemilii and the Sicinii. As a consequence, part of the town’s elite opposed to the presence of Apuleius and scattered rumors that stigmatized him as a magus and a homo extrarius. That meant, after all, an intent to degrade the author’s honor before public opinion of Oea. In this context, Apuleius was judged for crimen magiae by the court of Proconsular Africa governor, based in the basilica of the neighboring city of Sabratha. Despite the risk of capital punishment, Apuleius saw his own judgment as a public arena to absolve his honor, since his defense speech in the basilica of Sabratha could influence those who took him for a sorcerer. For this purpose, Apuleius based his speech on a logic of identity construction and bet on a rhetoric of differentiation. The author distinguished himself of his adversaries by making a very high representation of himself, as a platonic philosopher in possession of paideia, and at the same time portrayed his accusers as ignorant and primitive, i.e. incapable of telling the difference between philosophers and sorcerers. This strategy was successful and a proof of this is the public recognition obtained by Apuleius in Carthage, where the author became a famous public speaker and magistrate and a statue was erected in homage to him. In our perception, the stigmatization of Apuleius and the subsequent recovery of his honor show how different representations can be built according to the way in which social groups produce their own interpretations of the world – often competing and differentiated. To sum up, the problems analyzed in this thesis clarify the multiple processes by which identities are differently defined.
dc.description.abstractAu sein de la société romaine, le mariage était un moyen de consolider des alliances entre familles, compte-tenu, souvent, des convenances politiques, économiques et sociales, comme dans le cas de l’union d’Apulée avec Emilia Pudentila, à Oea. En se mariant à Apulée, Pudentila a bénéficié de l’amicitia avec des personnages importants de la société impériale, et a ainsi offert à son fils aîné, Sinicio Ponciano des opportunités d’ascension sociale. Toutefois, le mariage d’Apulée avec Pudentila a constitué un nouveau paradigme des relations politicomatrimoniales à Oea, rompant une alliance ancestrale entre deux des plus importantes familles locales, les Aemilii et les Sicinii. C’est pourquoi une partie de l’élite d’Oea s’est opposée à la présence d’Apulée dans la cité, en faisant circuler des rumeurs qui le stigmatisaient comme magus et homo extrarius. Ceci révélait, en fin de compte, un processus de dégradation de l’honneur de l’auteur vis-à-vis de l’opinion publique. Face à cette situation, Apulée a été jugé pour crimen magiae devant le tribunal du gouverneur de l’Afrique Proconsulaire, installé dans la basilique de Sabrata, ville voisine de Oea. En dépit du risque d’être puni de la peine capitale, Apulée a fait de son procès une arène publique pour l’absolution de son honneur, étant donné que, depuis la basilique de Sabrata, son discours de défense pouvait influencer ceux qui le considéraient comme un magicien. Apulée a ainsi basé son discours sur une logique de construction des identités, investissant dans une rhétorique de différenciation. L’auteur s’est distingué de ses adversaires au moyen d’une très haute représentation de luimême, comme philosophe platonicien détenteur de la paideia, en même temps qu’il représentait ses accusateurs comme ignorants et rustres; c’est-à-dire, incapables de faire la différence entre les philosophes et les magiciens. Cette stratégie s’est avérée payante, comme le démontre l’hommage public rendu ensuite à Apulée à Carthage, où une statue lui a été dédiée, et où il s’est installé comme orateur public et magistrat. La stigmatisation et la récupération ensuite de l’honneur d’Apulée, ont mis en évidence, d’après nous, la façon dont les différentes représentations peuvent être construites selon la façon dont différents groupes sociaux produisent leurs propres interprétations distinctes – souvent concurrentes et différenciées – du monde. En résumé, les problématiques analysées dans cette thèse mettent en lumière les processus multiples par lesquels les identités sont différemment définies.fre
dc.description.resumoNa sociedade romana, o matrimônio era um meio de consolidação de alianças familiares, atendendo, muitas vezes, a conveniências políticas, econômicas e sociais, como no caso do casamento de Apuleio com Emília Pudentila, em Oea. Unindo-se a Apuleio, Pudentila usufruiria da amicitia do autor com personagens importantes da sociedade imperial, abrindo possibilidades de ascensão social para seu filho mais velho, Sicínio Ponciano. O casamento de Apuleio com Pudentila, contudo, representou um novo paradigma de relações político-matrimoniais em Oea, rompendo uma aliança ancestral entre duas das mais importantes famílias locais: os Aemilii e os Sicinii. Como consequência, parte da elite oeaense se opôs à presença de Apuleio na cidade, disseminando boatos que o estigmatizavam como magus e homo extrarius, fato que denotava, em última instância, um processo de degradação da honra do autor perante a opinião pública de Oea. Frente a este cenário, Apuleio foi julgado por crimen magiae diante do tribunal do governador da África Proconsular, instalado na basílica de Sabrata, cidade vizinha de Oea. A despeito do perigo de poder ser punido com a pena capital, Apuleio concebia seu julgamento como uma arena pública de absolvição de sua honra, uma vez que, da basílica de Sabrata, seu discurso de defesa poderia reverberar e influenciar aqueles que o tinham como mago. Para tanto, Apuleio baseou seu discurso numa lógica de construção de identidades, investindo numa retórica de diferenciação. O autor distinguiu-se de seus adversários por intermédio de uma representação excelsa de si, como filósofo platônico possuidor da paideia, ao mesmo tempo que representava os seus acusadores como ignorantes e rústicos; quer dizer, como incapazes de diferenciar filósofos de magos. Esta estratégia apresentou-se bem-sucedida, como demonstra a distinção pública posteriormente gozada por Apuleio em Cartago, onde o autor foi homenageado com a construção de uma estátua e se consagrou como orador público e magistrado. O estigma e a posterior recuperação da honra de Apuleio evidenciam, em nossa percepção, a forma como as diferentes representações podem ser construídas de acordo com o modo como os vários grupos sociais produzem suas distintas interpretações muitas vezes concorrentes e diferenciadas do mundo. Em suma, as problemáticas analisadas nesta tese esclarecem os múltiplos processos pelos quais as identidades são diferentemente definidas.
dc.formatText
dc.identifier.citationLIMA NETO, Belchior Monteiro. Conflito familiar, vida urbana e estigmatização na África Proconsularis: o caso de Apuleio de Madaura (século II d.C.). 2015. 312 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Vitória, 2015.
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/3558
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseDoutorado em História
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em História
dc.rightsopen access
dc.subjectTripolitainefre
dc.subjectApulée de Madaurefre
dc.subjectStigmatizationeng
dc.subjectStigmatisationfre
dc.subjectHonoreng
dc.subjectHonneurfre
dc.subjectAfrica Proconsularispor
dc.subjectTripolitâniapor
dc.subjectApuleio de Madaurapor
dc.subjectTripolitaniapor
dc.subjectApuleius Madaurensispor
dc.subject.br-rjbnEstigmatização
dc.subject.br-rjbnHonra
dc.subject.br-rjbnÁfrica, Norte
dc.subject.br-rjbnRoma x História
dc.subject.cnpqHistória
dc.subject.udc93/99
dc.titleConflito familiar, vida urbana e estigmatização na África Proconsularis: o caso de Apuleio de Madaura (século II d.C.)
dc.typedoctoralThesis
Arquivos
Pacote Original
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
Tese Belchior Monteiro Lima Neto20150721-153137.pdf
Tamanho:
4.33 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Descrição: