O discurso de Agostinho de Hipona contra o pelagianismo a partir da obra De gestis Pelagii: identidade, diferença, católicos e hereges no século V d.C

dc.contributor.advisor1Feldman, Sérgio Alberto
dc.contributor.authorReis, Raphael Leite
dc.contributor.referee1Silva, Érica Cristhyane Morais da
dc.contributor.referee2Gonçalves, José Mário
dc.contributor.referee3Andrade Filho, Ruy de Oliveira
dc.date.accessioned2018-08-01T23:44:44Z
dc.date.available2018-08-01
dc.date.available2018-08-01T23:44:44Z
dc.date.issued2017-09-26
dc.description.abstractIn 415 AD, the council of Diospolis (or Lydda) acquitted Pelagius of all charges of heresy made to him and the Breton monk was considered orthodox, that is, the bearer of the true Catholic faith, according to the fourteen Eastern bishops present in the process. This fact further aggravated the controversy with the Pelagians, since about four last years before the Pelagian movement has been condemned as heretic by a synod that occurred in the city of Carthage, beginning the polemic. According to Augustine of Hippo, who along with the African bishops was one of the main opponents of the movement and who put forth arduous efforts in their confrontation, the Christian followers of Pelagius would have taken advantage of the absolution of the ascetic before the Catholic council to legitimize ideas about human nature Perfect and exempt from original sin, and about the free will of the human will independent of the grace of Christ, as orthodox and therefore Catholic. For the African Church, Pelagianism was heresy precisely because it denied the corruption of human nature from the sin of Adam and because, by taking man as being able to attain salvation and perfection by his own strength, he eventually despised the Grace of Christ and deny it as the only possible condition for human salvation, making the cross of Christ (the ultimate symbol of Christianity) vain. If Augustine and the African bishops condemned the Pelagians as heretics and Pelagianism as heresy, have been Pelagius acquitted in the Eastern Council would indicate a rupture of the Church? Could the Eastern bishops be considered favorable to the Pelagian ideas once they have cleared Pelagius? What could be taken as orthodoxy and as heresy in terms of Christian doctrine and identity in the early fifth century? In order to try to approach us these questions in search of the possible solutions, we have selected a historical source from the period that deals precisely with this moment of the controversy: De Gestis Pelagii - a work written by Augustine near two years after the synod of Diospolis in which the Bishop sought ascertain the procedures at the trial by trying to better understand the process and the final sentence. By means of this research, then, we intend to analyze the discourse of Hippo's bishop in the said work in view of his position on the controversy, on the Pelagianism and on the Pelagius’ absolution in the Eastern Council. For this, we seek theoretical help in Chartier and his concept of representation, in Woodward and Silva and their concepts of identity and difference, in Kochakwicz and his conceptualization of orthodoxy and heresy, and methodological in Orlandi and his method of discourse analysis.
dc.description.resumoEm 415 d.C., o concílio de Dióspolis (ou Lydda) absolveu Pelágio de todas as acusações de heresia que lhe foram feitas e o monge bretão foi considerado ortodoxo, isto é, portador da verdadeira fé católica, de acordo com os catorze bispos orientais presentes no processo. Esse fato agravou ainda mais a controvérsia com os pelagianos, já que aproximadamente quatro anos antes o movimento pelagiano foi condenado como herético por um sínodo realizado na cidade de Cartago, dando início à polêmica. Segundo Agostinho de Hipona, que juntamente com os bispos africanos foi um dos principais opositores ao movimento e impingiu árduos esforços em seu enfrentamento, os cristãos seguidores de Pelágio teriam se aproveitado da absolvição do asceta perante o concílio católico para legitimar as ideias acerca da natureza humana perfeita e isenta do pecado original e acerca do livre arbítrio da vontade humana independente da graça de Cristo, como ortodoxas e, consequentemente, católicas. Para a Igreja africana, o pelagianismo era heresia justamente porque negava a corrupção da natureza humana a partir do pecado de Adão e porque, assim, ao tomar o homem como plenamente capaz de alcançar a salvação e a perfeição por suas próprias forças, acabava por desprezar a graça de Cristo e negá-la como única condição possível para a salvação humana, tornando vã a cruz de Cristo (símbolo máximo do cristianismo). Se Agostinho e os bispos africanos condenavam os pelagianos como hereges e o pelagianismo como heresia, o fato de Pelágio ter sido absolvido no concílio oriental indicaria uma ruptura da Igreja? Os bispos orientais poderiam ser considerados favoráveis às ideias pelagianas uma vez que inocentaram Pelágio? O que poderia ser tomado como ortodoxia e como heresia em termos de doutrina e de identidade cristãs no início do século V? Com o intuito de tentarmos nos aproximar dessas questões em busca de possíveis soluções, selecionamos uma fonte histórica do período que trata precisamente desse momento da controvérsia: De Gestis Pelagii obra escrita por Agostinho cerca de dois anos após o sínodo de Dióspolis na qual o bispo buscou apurar os procedimentos ocorridos no julgamento tentando melhor compreender o processo e a sentença final. Por meio desta pesquisa pretendemos, então, analisar o discurso do bispo de Hipona na referida obra atentando para sua posição sobre a controvérsia, sobre o pelagianismo e sobre a absolvição de Pelágio no concílio oriental. Para tanto, buscamos auxílio teórico em Chartier e seu conceito de representação, em Woodward e Silva e seus conceitos de identidade e de diferença, em Kochakwicz e sua conceitualização de ortodoxia e de heresia, e metodológico em Orlandi e seu método de análise de discurso.
dc.formatText
dc.identifier.citationREIS, Raphael Leite. O discurso de Agostinho de Hipona contra o pelagianismo a partir da obra De gestis Pelagii: identidade, diferença, católicos e hereges no século V d.C. 2017. 192 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Vitória, 2017.
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/9271
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseMestrado em História
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em História
dc.rightsopen access
dc.subjectPelagianismeng
dc.subjectAugustine of Hippoeng
dc.subjectOrthodoxyeng
dc.subjectHeresyeng
dc.subjectAntiguidade tardiapor
dc.subjectLate antiquityeng
dc.subjectOrtodoxiapor
dc.subject.br-rjbnAgostinho, Santo, Bispo de Hipona, 354-430
dc.subject.br-rjbnHeresia
dc.subject.br-rjbnPelagianismo
dc.subject.br-rjbnHistória antiga
dc.subject.cnpqHistória
dc.subject.udc93/99
dc.titleO discurso de Agostinho de Hipona contra o pelagianismo a partir da obra De gestis Pelagii: identidade, diferença, católicos e hereges no século V d.C
dc.typemasterThesis
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