A voz no silêncio : a linguagem performática interditada na canção popular produzida no período da censura do Brasil pós-1964 : o caso Ronnie Von

dc.contributor.advisor1Vermes, Viviana Mónica
dc.contributor.authorSouza, Claudeir Aparecido de
dc.contributor.referee1Soares, Gina Denise Barreto
dc.contributor.referee2Valente, Heloísa de Araújo Duarte
dc.contributor.referee3Soares, Luís Eustáquio
dc.contributor.referee4Salgueiro, Maria Amélia Dalvi
dc.date.accessioned2018-08-01T23:43:17Z
dc.date.available2018-08-01
dc.date.available2018-08-01T23:43:17Z
dc.date.issued2016-09-29
dc.description.abstractThe muting is the expressed interdiction of the person‘s movement by decision of a strong regulation power. Once, in the authoritarianism, the person is not allowed to fill different positions, which forces, at the same time the production of the senses that are not prohibited to him/her, remains, across the discursivity, the clarification of the silence places, to where the materiality of the speech slides to have meaning. In that perspective, one work of the singer Ronnie Von, produced in 1968, in a full fiercer context of the brazilian military government, mediated by tropicalistic aesthetics, presents a series of elements whereby the muting imposed to singer‘s voice and corporeity, both by his colleagues and the power that had control over the market game, besides the politics of the authoritarian State, can be broken by the senses that slide in the holes created by the discursive game of the work itself, and it‘s singer, both relegated to the silence.
dc.description.resumoO silenciamento é a interdição manifesta da circulação do sujeito pela decisão de um poder fortemente regulador. Uma vez que, no autoritarismo, o sujeito não pode ocupar diferentes posições, o que impõe ao mesmo a produção dos sentidos que não lhe são proibidos, resta, por meio da própria discursividade, o deslinde dos lugares de silêncio, para onde a materialidade do discurso escorre para significar. Nessa perspectiva, uma obra do cantor Ronie Von, produzida em 1968, em pleno contexto de acirramento da censura do governo militar brasileiro, apresenta uma série de elementos pelos quais o silenciamento imposto à voz e à corporeidade do cantor, tanto por seus pares quanto pelo poder maior na sociedade, que imbricava o jogo mercadológico e as políticas culturais do Estado autoritário, pode ser rompido pelos sentidos que escorrem nos vãos criados pelo jogo discursivo da própria obra e do seu cantor, ambos relegados ao silêncio. Nesse percurso, a análise da voz humana cantada apresenta-se como fio condutor da compreensão do trabalho dos gestos performáticos se realizando como discurso. Através da análise da obra de Ronnie Von gravada em 1968, busca-se entender e caracterizar determinados sentidos que se ofereceram à significação nos silêncios ou ―brancos‖ que acompanham a voz. A voz gravada do cantor é um ―meio‖ por onde escorrem os discursos ideológicos produzidos pela censura no contexto do autoritarismo brasileiro pós-1964. No decorrer do trabalho, verificam-se três configurações nas quais se dá o silenciamento ou a interdição do discurso. Na primeira, em que a voz canta o silenciamento, na medida em que a voz é projetada no espectro social ela se junta às demais vozes que projetam o mesmo discurso perfazendo um ―borrão‖ onde nada se distingue, configurando uma condição de interdição. Na segunda configuração, na presença da voz que canta em detrimento do silenciamento, a voz ecoa discursos interditados sem, entretanto, ter sofrido a ação direta da censura, permanecendo à revelia do espectro da mesma, bem como na periferia do campo de vozes censuradas configurando um ―duplo silenciamento‖. Na terceira configuração, em que a voz canta em silenciamento, sob a vigilância da censura, as performances carnavalizadas e parodiadas fazem ecoar o discurso interditado numa perspectiva para além do controle da censura. Nessa perspectiva, a obra de RV de 1968, mediada pela estética tropicalista, apresenta uma série de elementos pelos quais o silenciamento imposto à voz e à corporeidade do cantor, tanto por seus pares quanto pelo poder que imbricava o jogo mercadológico e as políticas culturais de um Estado autoritário, pode ser rompido pelos sentidos que escorrem nos vãos criados pelo jogo discursivo da própria obra relegada ao silêncio.
dc.formatText
dc.identifier.citationSOUZA, Claudeir Aparecido de. A voz no silêncio: a linguagem perfomática interditada na canção popular produzida no período da censura do Brasil pós-1964 : o caso Ronnie Von. 2016. 125 f. Tese (Doutorado em Letras) - Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Vitória, 2016.
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/9169
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseDoutorado em Letras
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Letras
dc.rightsopen access
dc.subjectPop songeng
dc.subjectMutingeng
dc.subjectAuthoritarianismeng
dc.subjectDiscouseng
dc.subjectPowereng
dc.subjectSilenciamentopor
dc.subjectRonie Vonpor
dc.subjectAutoritarismopor
dc.subjectDiscursopor
dc.subjectCanção popularpor
dc.subject.br-rjbnVon, Ronnie, 1944- Censura
dc.subject.br-rjbnLiteratura
dc.subject.br-rjbnAutoritarismo
dc.subject.br-rjbnMúsica popular - Brasil - Censura
dc.subject.cnpqLetras
dc.subject.udc82
dc.titleA voz no silêncio : a linguagem performática interditada na canção popular produzida no período da censura do Brasil pós-1964 : o caso Ronnie Von
dc.typedoctoralThesis
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