Consumo de bebidas e desfechos cardiometabólicos: resultados do ELSA-Brasil

dc.contributor.advisor1Molina, Maria Del Carmen Bisi
dc.contributor.advisor1IDhttps://orcid.org/0000-0002-8614-988X
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/9238370951122705
dc.contributor.authorSiqueira, Jordana Herzog
dc.contributor.authorIDhttps://orcid.org/0000-0003-0116-7411
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/4953953665582972
dc.contributor.referee1Mill, José Geraldo
dc.contributor.referee1IDhttps://orcid.org/000000020987368X
dc.contributor.referee1Latteshttp://lattes.cnpq.br/2497419234600362
dc.contributor.referee2Meireles, Adriana Lúcia
dc.contributor.referee2IDhttps://orcid.org/0000-0002-1447-953X
dc.contributor.referee2Latteshttp://lattes.cnpq.br/5415462090135377
dc.contributor.referee3Diniz, Maria de Fátima Haueisen Sander
dc.contributor.referee3Latteshttp://lattes.cnpq.br/4536552263207019
dc.contributor.referee4Oliveira, Elizabete Regina Araujo de
dc.contributor.referee4Latteshttp://lattes.cnpq.br/4671078095444887
dc.date.accessioned2024-05-30T00:52:56Z
dc.date.available2024-05-30T00:52:56Z
dc.date.issued2022-02-22
dc.description.abstractConsumption of alcoholic and non-alcoholic beverages is common in many societies and their levels of consumption are associated with the occurrence of chronic diseases. In this regard, it is important to investigate the sociodemographic and health profile of consumers of these beverages to support effective public policies. In addition, there are gaps in the literature on the long-term effects of sugary and unsweetened beverage consumption on cardiometabolic health, especially in populations from low- and middle-income countries, which are undergoing rapid nutritional transition. Thus, the aim was to study the consumption of alcoholic and non-alcoholic beverages according to sociodemographic, health, and geographic location data, and to investigate, prospectively, the relationship between the consumption of sugar-sweetened soft drinks and unsweetened fruit juice and cardiometabolic outcomes in participants of the Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). ELSA-Brasil is a multicentric cohort composed of 15,105 active or retired public servants of both sexes, aged 35 to 74 years, from six public higher education and research institutions (USP, UFMG, UFBA, UFRGS, UFES and Fiocruz). Baseline (2008-2010) and the second evaluation (2012-2014) data were used. Sociodemographic data, life and health habits, medical history, and medication use were collected through a structured questionnaire, in interviews during visits to the research centers. Food consumption was assessed at baseline using a validated food frequency questionnaire. The cumulative incidence of outcomes (hyperuricemia [≥7.0 mg/dL for men and ≥5.7 mg/dL for women] and metabolic syndrome [Joint Interim Statement]) was evaluated after 4 years of follow-up. The results were described in three original articles. The first manuscript aimed to describe the consumption of alcoholic and non-alcoholic beverages at baseline, according to sociodemographic, health, and location variables. It was observed that 8% of the total caloric value came from non-alcoholic beverages (5.6% = sugary drinks), and 4% from alcoholic beverages (2.7% = beer). Men reported higher consumption of alcoholic beverages, and women, higher consumption of non-alcoholic beverages. Consumers of unsweetened and artificially sweetened beverages reported moderate/strong physical activity, were former smokers, and had a higher education. The opposite was found for sugary drinks. Eutrophic people reported higher consumption of sugary beverages and those obese, artificially sweetened beverages and beer. The consumption of alcoholic beverages varied with age (youth: beer; elderly: wine/spirits) and education (low education: beer/spirits; higher education: wine). Coffee, fruit juice, and sugar-sweetened soft drinks were the most consumed non-alcoholic beverages and beer was the most prevalent alcoholic beverage. Consumption variation was observed according to geographic location. The second and third manuscripts prospectively evaluated the relationship between the consumption of sugar-sweetened soft drinks, unsweetened fruit juice, and cardiometabolic outcomes (hyperuricemia and metabolic syndrome, respectively). After 4 years of follow-up, regardless of potentially confounding variables, higher sugar-sweetened soft drinks consumption (men: 401 ± 303 mL/day; women: 390 ± 290 mL/day) increased the relative risk of hyperuricemia by 30% (men) and 40 % (women), and was associated with a mean increase in serum uric acid levels (men: β = 0.14 mg/dL; 95%CI = 0.41-0.24; women: β = 0.11 mg/dL; 95%CI = 0.00-0.21). Higher sugar-sweetened soft drinks consumption (≥1 serving/day = 250 mL/day) increased the relative risk of metabolic syndrome (RR = 1.22; 95%CI = 1.04-1.45), elevated fasting glucose (RR = 1.23; 95%CI = 1.01-1.48), and high blood pressure (RR = 1.23; 95%CI = 1.00-1.54). Moderate consumption of this beverage (0.4 to <1 serving/day) increased the relative risk of high waist circumference (RR = 1.21; 95%CI = 1.02-1.42). After 4 years of follow-up, consumption of unsweetened fruit juice was not associated with hyperuricemia and metabolic syndrome and its components. It is concluded that there is an important caloric share of alcoholic and non-alcoholic beverages in the diet of ELSA-Brasil participants and the association of consumption of these beverages with sociodemographic, lifestyle, and location data. Individuals who reported higher consumption of sugar-sweetened soft drinks had worse lifestyle habits and health conditions, and the opposite profile was observed for those who reported higher consumption of unsweetened fruit juice. No prospective association was observed between consumption of unsweetened fruit juice and cardiometabolic outcomes. Higher sugar-sweetened soft drinks consumption was associated with the incidence of hyperuricemia and metabolic syndrome, in a cohort of Brazilian adult and elderly public servants.
dc.description.resumoO consumo de bebidas alcoólicas e não alcoólicas é comum em muitas sociedades e seus níveis de consumo estão associados à ocorrência de doenças crônicas. Nesse sentido, é importante investigar o perfil sociomodegráfico e de saúde dos consumidores dessas bebidas a fim de subsidiar políticas públicas mais eficazes. Além disso, há lacunas na literatura sobre os efeitos a longo prazo do consumo de bebidas açucaradas e não açucaradas na saúde cardiometabólica, sobretudo em populações de países de baixa e média, os quais passam por rápida transição nutricional. Dessa forma, objetivou-se estudar o consumo de bebidas alcoólicas e não alcoólicas segundo dados sociodemográficos, de saúde e localização geográfica, e investigar, prospectivamente, a relação entre o consumo de refrigerante e suco de fruta sem adição de açúcar e desfechos cardiometabólicos nos participantes do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). O ELSA-Brasil é uma coorte multicêntrica composta por 15.105 servidores ativos ou aposentados de ambos os sexos, de 35 a 74 anos, de seis instituições públicas de ensino superior e pesquisa (USP, UFMG, UFBA, UFRGS, UFES e Fiocruz). Foram utilizados os dados da linha de base (2008-2010) e da segunda avaliação (2012-2014). Dados sociodemográficos, de hábitos de vida e saúde, história médica e uso de medicamentos foram coletados por meio de questionário estruturado, em entrevistas durante visita aos centros de investigação. O consumo alimentar foi avaliado na linha de base por meio de questionário de frequência alimentar validado. A incidência acumulada dos desfechos (hiperuricemia [≥7,0 mg/dL para homens e ≥5,7 mg/dL para mulheres] e síndrome metabólica [Joint Interim Statement]) foi avaliada após 4 anos de seguimento. Os resultados foram descritos em três artigos originais. O primeiro manuscrito teve como objetivo descrever o consumo de bebidas alcoólicas e não alcoólicas na linha de base, segundo variáveis sociodemográficas, de saúde e localização. Foi observado que 8% do valor calórico total foi proveniente de bebidas não alcoólicas (5,6% = bebidas açucaradas), e 4% de bebidas alcoólicas (2,7% = cerveja). Os homens reportaram maior consumo de bebidas alcoólicas, e as mulheres, de bebidas não alcoólicas. Os maiores consumidores de bebidas não adoçadas com açúcar e de bebidas adoçadas artificialmente realizavam atividade física moderada/forte, eram ex-fumantes e relataram ter escolaridade alta. Perfil oposto foi verificado para as bebidas açucaradas. Indivíduos eutróficos relataram maior consumo de bebidas açucaradas e os obesos, as adoçadas artificialmente e cerveja. O consumo de bebidas alcoólicas variou com a idade (jovens: cerveja; idosos: vinho/destiladas) e escolaridade (baixa: cerveja/destiladas; alta: vinho). Café, suco natural e refrigerante foram as bebidas não alcoólicas mais consumidas e a cerveja, a alcoólica mais prevalente. A variação de consumo segundo a localização geográfica também foi evidenciada. O segundo e o terceiro manuscritos avaliaram, prospectivamente, a relação entre o consumo de refrigerante, suco de fruta sem adição de açúcar e desfechos cardiometabólicos (hiperuricemia e síndrome metabólica, respectivamente). Após 4 anos de seguimento, independetemente de variáveis potencialmente confundidoras, o maior consumo de refrigerante (homens: 401 ± 303 mL/dia; mulheres: 390 ± 290 mL/dia) aumentou o risco relativo de hiperuricemia em 30% (homens) e 40% (mulheres), e foi associado ao aumento nos níveis séricos de ácido úrico (homens: β = 0,14 mg/dL; IC95% = 0,41-0,24; mulheres: β = 0,11 mg/dL; IC95% = 0,00-0,21). O maior consumo de refrigerante (≥1 porção/dia = 250 mL/dia) elevou o risco relativo de síndrome metabólica (RR = 1,22; IC95% = 1,04-1,45), glicemia de jejum elevada (RR = 1,23; IC95% = 1,01-1,48) e pressão arterial elevada (RR = 1,23; IC95% = 1,00-1,54), enquanto o consumo moderado (0,4 a <1 porção/dia) aumentou o risco relativo de circunferência da cintura elevada (RR = 1,21; IC95% = 1,02-1,42). Após 4 anos de seguimento, o consumo de suco sem adição de açúcar não foi associado à hiperuricemia e à síndrome metabólica e seus componentes. Conclui-se que há importante participação calórica das bebidas alcoólicas e não alcoólicas na dieta dos participantes do ELSA-Brasil e associação do consumo dessas bebidas com dados sociodemográficos, de hábitos de vida e localização. Indivíduos que relataram maior consumo de refrigerante apresentaram piores hábitos de vida e condições de saúde, sendo que perfil oposto foi observado para os que relataram maior consumo de suco de fruta não adoçado com açúcar. Nenhuma associação prospectiva foi observada entre o consumo de suco de fruta sem açúcar e desfechos cardiometabólicos. O consumo elevado de refrigerante foi associado à incidência de hiperuricemia e síndrome metabólica, em uma coorte de servidores públicos adultos e idosos brasileiros.
dc.description.sponsorshipFundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
dc.description.sponsorshipFundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES)
dc.formatText
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/15729
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseDoutorado em Saúde Coletiva
dc.publisher.departmentCentro de Ciências da Saúde
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
dc.rightsopen access
dc.subjectBebidas alcoólicas
dc.subjectRefrigerantes
dc.subjectSuco de frutas
dc.subjectHiperuricemia
dc.subjectSíndrome metabólica
dc.subject.br-rjbnsubject.br-rjbn
dc.subject.cnpqSaúde Coletiva
dc.titleConsumo de bebidas e desfechos cardiometabólicos: resultados do ELSA-Brasil
dc.title.alternativetitle.alternative
dc.typedoctoralThesis
Arquivos