O controle da "lepra" e o papel dos preventórios: exclusão social e interações socioespaciais dos egressos do educandário Alzira Bley no Espírito Santo

dc.contributor.advisor1Castiglioni, Aurélia Hermínia
dc.contributor.authorPavani, Elaine Cristina Rossi
dc.contributor.referee1Pereira, Syrléa Marques
dc.contributor.referee2Franco, Sebastião Pimentel
dc.contributor.referee3Oliveira, Eduardo Augusto Moscon
dc.date.accessioned2019-05-14T02:12:26Z
dc.date.available2019-05-13
dc.date.available2019-05-14T02:12:26Z
dc.date.issued2019-03-26
dc.description.abstractThe “leprosy” has always been seen as a threat by society and, for a long time, the only solution to the problem was compulsory isolation. In Brazil, Getúlio Vargas (1934) launches the “National Plan to Combat Leprosy,” which provided for the construction of leprosy asylums in all Brazilian states. Such a plan was based upon the tripod: leprosy asylums (for the infected), dispensaries (for the able to speak) and preventorium (for the indemnitees children). In Espírito Santo, the Pedro Fontes Colony Hospital, also known as Itanhenga Colony and the Alzira Bley Boarding home were built on Cariacica-ES. The Boarding home was inaugurated on April 11, 1937 with the purpose of welcoming the children who were sent there by means of regulatory measures, which established the immediate segregation of the children of leprous people shortly after birth in colony hospitals. The affected people compulsory isolation of due to leprosy and their children in the preventoriums was based on scientific theories (sanitarianism / hygiene / eugenics) that legitimized, and in a context of greater state control over national affairs, through old authoritarian mechanisms and the strength of the State apparatus. As of 1980, the use of Polychemotherapy (MDT) has been advised for the treatment of all people with leprosy in the world. Within this context, there was also the end of the compulsory isolation of the indigent children who inhabited the boarding homes. These, in turn, were (re) introduced into society. The preliminary report of the Secretariat of Human Rights of the Presidency of the Republic (09/25/2012), on the segregated children of "leprosy" parents submitted to the policy of compulsory isolation, that more than 33,689 children were isolated throughout 59 years, a period that lasted the isolation of the children. In Espírito Santo there are more than a thousand children. The hypothesis that guides this study is that the implementation of a public policy of segregation by the State deeply and irreversibly impacted the social life and violated the rights of many children and adolescents admitted compulsorily in the Alzira Bley Boarding home. The objective of this work was to demonstrate the political and spatial strategies used to the social segregation of the leprous population and their healthy offspring in the State of Espirito Santo; to present aspects of the inmates’ life within the preventorial institutions, to characterize the egress population currently and the consequences of segregation on their lives. The methodology employed for the development of the research involves the research bibliographical, documental and empirical research with the application of questionnaires and the life stories reports of the former inmates of the Alzira Bley Boarding home. From this information we were able to trace this population profile, which was (re) introduced in the society after the end of involuntary admission: they are people with low level of education; ready to occupy underemployed jobs or low paying jobs; who settled mostly in neighborhoods close to the Boarding home or in RMGV, presenting a low self-esteem and difficulties to maintain the family relationships.
dc.description.resumoA lepra sempre foi vista pela sociedade como uma ameaça e, por muito tempo, a única solução para o problema era o isolamento compulsório. No Brasil, Getúlio Vargas (1934) lança o Plano Nacional de Combate à Lepra que previa a construção de leprosários em todos os estados brasileiros. Tal plano se alicerçava no tripé: leprosários (para os infectados), dispensários (para os comunicantes) e preventórios (para os filhos indenes). No Espírito Santo foram construídos o Hospital Colônia Pedro Fontes, também conhecido como Colônia de Itanhenga e o Educandário Alzira Bley, localizados em Cariacica. O Educandário foi inaugurado em 11 de abril de 1937 com a finalidade de acolher os filhos indenes encaminhados para lá por meio de medidas regulamentares que estabeleciam a segregação imediata dos filhos dos leprosos logo após o nascimento nos hospitais-colônia. O isolamento compulsório das pessoas atingidas pela lepra e de seus filhos nos preventórios baseou-se em teorias científicas (sanitarismo/higienismo/eugenismo) que o legitimavam, e em um contexto de maior controle estatal sobre os assuntos nacionais. A partir de 1980, o uso da Poliquimioterapia (PQT) foi aconselhado para o tratamento de todas as pessoas com hanseníase no mundo, chegando ao fim o isolamento dos leprosos. Dentro deste contexto houve também o fim do isolamento compulsório dos filhos indenes que habitavam os educandários. Estes, por sua vez, foram (re) introduzidos na sociedade. O relatório preliminar da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (25/09/2012), sobre os filhos segregados de pais portadores de lepra submetidos à política de isolamento compulsório, mais de 33.689 crianças foram isoladas ao longo de 59 anos, período que durou o isolamento dos filhos. No Espírito Santo são mais de mil crianças. A hipótese que norteia este estudo é que a implantação de uma política pública de segregação pelo Estado transformou de maneira profunda e irreversível a vida social e violou os direitos de muitas crianças e adolescentes internados compulsoriamente no Educandário Alzira Bley. O objetivo deste trabalho foi demonstrar as estratégias políticas e espaciais utilizadas para a segregação social da população leprosa e sua prole sadia no Espírito Santo; apresentar aspectos da vida dos internos dentro das instituições preventoriais, caracterizar a população dos egressos na atualidade e as consequências da segregação na vida deles. A metodologia empregada para odesenvolvimento da pesquisa envolve as pesquisas bibliográfica, documental e pesquisa empírica com aplicação de questionários e os relatos das histórias de vida dos ex-internos do Educandário Alzira Bley. A partir destas informações pudemos traçar o perfil desta população que foi (re) introduzida na sociedade após o fim da internação compulsória: são pessoas com baixo grau de escolaridade; dispostas a ocupar subempregos ou empregos com baixa remuneração; que se estabeleceram majoritariamente em bairros próximos ao Educandário ou na RMGV, apresentando baixa autoestima e dificuldades para manter os relacionamentos familiares.
dc.formatText
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/11140
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseDoutorado em Geografia
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Geografia
dc.rightsopen access
dc.subjectInterações Sócio Espaciaispor
dc.subjectEducandário Alzira Bleypor
dc.subjectInternação compulsóriapor
dc.subjectEstigmapor
dc.subjectInstituições totaispor
dc.subject.br-rjbnEstigma (Psicologia social)
dc.subject.br-rjbnHanseníase - Espírito Santo (Estado)
dc.subject.br-rjbnSegregação
dc.subject.br-rjbnGeografia
dc.subject.cnpqGeografia
dc.subject.udc91
dc.titleO controle da "lepra" e o papel dos preventórios: exclusão social e interações socioespaciais dos egressos do educandário Alzira Bley no Espírito Santo
dc.typedoctoralThesis
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