Vítimas do silêncio: jornalismo literário e representação de mulheres em contextos históricos

dc.contributor.advisor1Henriques, Rafael da Silva Paes
dc.contributor.advisor1IDhttps://orcid.org/0000000218125886
dc.contributor.advisor1Latteshttp://lattes.cnpq.br/4260742302003843
dc.contributor.authorRocio, Lais de Mello
dc.contributor.referee1Abreu, Patricia Cardoso D
dc.contributor.referee2Amaral, Inês
dc.date.accessioned2024-05-30T01:41:48Z
dc.date.available2024-05-30T01:41:48Z
dc.date.issued2022-09-27
dc.description.abstractabstract
dc.description.resumoO olhar desta pesquisa percorre as questões complexas, as tensões e contradições que envolvem a inusitada presença de mulheres no Cangaço, movimento social de grupos nômades e subversivos, formados por camponeses do sertão nordestino brasileiro, entre as décadas de 1920 e 1930. Governados por regras sociais próprias, com a liderança da figura histórica de Lampião, o ‘rei do Cangaço’, os bandoleiros percorriam o sertão em incursões que ora ameaçavam e dizimavam a população — por meio de saqueamentos, estupros, invasões e assassinatos de famílias sertanejas —, ora promoviam protestos sociais ao questionar o poder concentrado dos coronéis, proprietários de terras, políticos e autoridades. Dentro desse complexo universo do Cangaço, a participação de mulheres no bando, iniciada pela famosa cangaceira Maria Bonita, esposa de Lampião, foi historicamente compreendida, representada, silenciada e distorcida de diversas formas. A variação de representações dessa experiência feminina se divide entre versões que as retratam como guerreiras impetuosas que fugiram de seus casamentos para seguir o modo de vida subversivo do bando, e por outro lado, como vítimas de um movimento que tinha a violência generalizada contra mulheres entre suas condutas — uma vez que, como constam os registros, diversas das cangaceiras foram estupradas e raptadas para integrar o bando. Esses relatos turvos e distorcidos sobre a realidade das cangaceiras decorre das lacunas de informações sobre elas nos registros midiáticos e históricos produzidos durante e após o Cangaço, que foi registrado principalmente por representações masculinas, que privilegiavam os feitos de Lampião e dos homens (NEGREIROS, 2018). Portanto, em meio a essas várias narrativas distintas e contraditórias sobre as cangaceiras, nos dedicamos a compreender essa experiência feminina pela ótica da perspectiva feminista, e através do jornalismo literário contemporâneo aliado à produção historiográfica. Ao olharmos a questão das mulheres no cangaço como fenômeno que representa um padrão dominante de silenciamento e distorção da experiência feminina na produção de conhecimento da racionalidade, do jornalismo e da história ocidental, esta dissertação pretende investigar como o jornalismo literário e narrativo questiona o apagamento de mulheres na história, e pode gerar representações femininas mais plurais e contextualizadas, a partir de uma visão feminista. Com esse intuito, iremos analisar, por meio de Análises de Narrativa e de Enquadramento Jornalístico, o livro “Maria Bonita: Sexo, violência e mulheres no cangaço”, de Adriana Negreiros (2018), e “Lampião e Maria Bonita: Uma história de amor e balas”, do jornalista Wagner Barreira (2018). A partir desta análise da reportagem, pretende-se discutir os questionamentos e complexidades acerca das mulheres no cangaço, uma vez que este apresenta, por um lado, certo empoderamento e participação feminina em suas ações, principalmente na figura da cangaceira Maria Bonita, e por outro lado, ainda mantinha estupros e práticas violentas de dominação masculina contra mulheres. Assim, o estudo possui os objetivos de identificar e debater as estratégias com que as reportagens literárias podem retratar a experiência feminina histórica a partir de uma perspectiva feminista, desenvolvendo debates teórico-metodológicos em torno da crítica aos relatos jornalísticos que promovem o silenciamento e exclusão de mulheres, reproduzindo a dominação masculina nos modelos de conhecimento e historicidade humanos. Para compreender e debater tais questões de pesquisa, utilizamos métodos de pesquisa bibliográfica, de análise de enquadramento jornalístico dos livro-reportagens selecionados, bem como entrevistas de profundidade semi-abertas com jornalistas autores das reportagens.
dc.description.sponsorshipFundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES)
dc.formatText
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/16905
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseMestrado em Comunicação e Territorialidades
dc.publisher.departmentCentro de Artes
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades
dc.rightsopen access
dc.subjectJornalismo feminista
dc.subjectMulheres na história
dc.subjectCangaceiras
dc.subject.br-rjbnsubject.br-rjbn
dc.subject.cnpqComunicação
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dc.typemasterThesis
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