Fatores associados à sobrevida global de crianças e adolescentes com câncer no Espírito Santo e sua relação com o índice brasileiro de privação
dc.contributor.advisor1 | Lopes-Júnior, Luís Carlos | |
dc.contributor.advisor1ID | https://orcid.org/0000-0002-2424-6510 | |
dc.contributor.author | Rodrigues, Jonathan Grassi | |
dc.contributor.referee1 | Lima, Regina Aparecida Garcia de | |
dc.contributor.referee2 | Dell'Antonio, Larissa Soares | |
dc.contributor.referee3 | Sarti, Thiago Dias | |
dc.contributor.referee4 | Almeida, Aline Neves Pessoa | |
dc.date.accessioned | 2024-12-31T00:41:53Z | |
dc.date.available | 2024-12-31T00:41:53Z | |
dc.date.issued | 2024-06-19 | |
dc.description.abstract | Background: Childhood cancer (between 0 and 19 years of age) accounts for 1 to 4% of all malignant tumors in most populations. Over the past four decades, there have been substantial advances in the treatment of childhood cancer and, in line with these advances, survival analysis techniques have assumed a pivotal role in recent years, mainly after the development and improvement of statistical methods technology, with several applications, especially into Public Health. Objective: To investigate the occurrence of pediatric malignant neoplasms in the state of Espírito Santo; to assess the quality and completeness of data, overall survival and to identify associated factors as well as their relationship with the Brazilian Deprivation Index (DPI). Methods: This is an analytical observational study. The cohort was comprised by new cases diagnosed with primary malignant neoplasm of any morphology in children and adolescents between 0 and 19 y.o., in a 10-year period (between 2007 and 2015) in Espírito Santo (ES), Brazil. Secondary data were obtained from the Hospital-based Cancer Registry (HCR) of the Nossa Senhora da Glória State Children's Hospital (HEINSG) as well as from the Mortality Information System - SIM/ES. For data analysis the Kaplan-Meier method was used and the Cox proportional hazards model was performed in multivariate analysis. In the final model, variables that presented significance levels below 5% have remained. Statistical analyses were held using the free software RStudio (version 2022.07.2) and R (version 4.1.0). Results: It was found that the variables with the highest incompleteness included race/color (17.24%), level of education (51.40%), TNM (56.88%), disease status at the end of the first treatment (12.09%), family history of cancer (79.12%), history of alcohol consumption (39.25%), history of tobacco consumption (38.32%) and type of admission clinic (10.28%). A significant trend of decreasing completeness was observed for race/color, TNM and history of tobacco consumption. The mean age was 7.85 years; the majority were mixed-race (53.32%), in the age range of 1-4 years (29.47%) (p=0.008). Leukemias, followed by central nervous system tumors and lymphomas were the most frequent in males (p=0.006) with a significant difference between age groups, with a higher occurrence between 5 and 9 years (p=0.007). This historical series have shown a decreasing trend in the number of new cases (p<0.001). At the end of treatment, complete remission of the disease was observed in 30.57% of cases. Five-year overall survival was 76% (95% CI: 0.736−0.790) at 1 year, 69% (95% CI: 0.665−0.724) at 2 years, and 62% (95% CI: 0.587−0.650) at 5 years. Girls had a 28% lower risk of dying from cancer within 5 years compared to boys (HR=0.72; 95% CI: 0.579−0.901; p=0.004). The highest survival rates were found for individuals with Hodgkin lymphoma, neuroblastoma, and ganglioneuroblastoma. The lowest 5-year survival rates were observed for patients with acute myeloid leukemia. The estimated 5-year overall survival was 61% (95% CI: 0.585−0.651; p=0.1) for children from the least disadvantaged city in the state according to the DPI. We observed a significantly increased risk of death among children and adolescents in the most disadvantaged cities (Q5) (HR=2.12; 95% CI: 1.06−4.23; p=0.034). Conclusion: In summary, although most variables maintained excellent completeness, the increasing trend of incompleteness in race/color and the decreasing trend in TNM highlight the importance of reliable and complete HCR for personalized cancer care, public policy planning, and conducting cancer control research. Our findings indicated a gradual decline in the incidence of cancer in children and adolescents over the time series evaluated, with a higher prevalence of leukemia in male children and a higher occurrence of malignant bone tumors and carcinomas in adolescents aged 10 to 14. In this historical series, we found an overall five-year survival rate of 62% for patients diagnosed between 2007 and 2015, which was associated with sex and diagnostic groups and is closely related to the socioeconomic context. Furthermore, the socioeconomic level estimated through the DPI was associated with worse survival among children and adolescents with cancer. Socioeconomically vulnerable children and adolescents may constitute a group of high-risk patients, who should be identified at the time of diagnosis for personalized and timely management. Some approaches can result in better survival rates, such as investing in public education, improved training of health professionals, investing in the detection of childhood cancer, strengthening and access to oncology services, clinical research and international cooperation. | |
dc.description.resumo | Introdução: O câncer infantojuvenil (entre 0 e 19 anos), correspondem de 1 a 4% de todos os tumores malignos na maioria das populações. Nas últimas quatro décadas, ocorreram avanços substanciais no tratamento do câncer infantojuvenil e acompanhando esses avanços, técnicas de análise de sobrevivência, assumiram um papel importante nos últimos anos, principalmente após o desenvolvimento e aprimoramento da tecnologia dos métodos estatísticos, com inúmeras aplicações, principalmente na Saúde Coletiva. Objetivo: Investigar a ocorrência de neoplasias malignas pediátricas no estado do Espírito Santo; avaliar a qualidade e completude dos dados, a sobrevida global e identificar os fatores associados bem como sua relação com o Índice Brasileiro de Privação (IBP). Métodos: Estudo observacional analítico. A coorte foi constituída pelos casos novos diagnosticados com neoplasia maligna primária de qualquer morfologia em crianças e adolescentes entre 0 a 19 anos de idade no período de 10 anos (entre 2007 e 2015) do Espírito Santo (ES), Brasil. Dados secundários foram coletados a partir do Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HEINSG) bem como do Sistema de Informação sobre Mortalidade - SIM/ES. Na análise dos dados foi utilizado o método de Kaplan-Meier e na análise multivariada, foi utilizado o modelo de ricos proporcionais de Cox. No modelo final, permaneceram as variáveis que apresentarem níveis de significância abaixo de 5%. As análises estatísticas foram conduzidas utilizando-se os softwares livres RStudio (versão 2022.07.2) e R (versão 4.1.0). Resultados: Verificou-se que as variáveis com maior incompletude incluíram raça/cor (17,24%), nível de escolaridade (51,40%), TNM (56,88%), estado da doença ao final do primeiro tratamento (12,09%), histórico familiar de câncer (79,12%), histórico de consumo de álcool (39,25%), histórico de consumo de tabaco (38,32%) e tipo de clínica de admissão (10,28%). Uma tendência significativa de decréscimo da completude foi observada para raça/cor, TNM e histórico de consumo de tabaco. A idade média foi de 7,85 anos; a maioria era pardos (53,32%), na faixa etária de 1-4 anos (29,47%) (p=0,008). Leucemias, seguido dos tumores do sistema nervoso central e os linfomas foram os mais frequentes no sexo masculino (p=0,006) com diferença significativa entre as faixas etárias apresentando maior ocorrência entre 5 e 9 anos (p=0,007). A presente série histórica mostrou tendência decrescente no número de casos novos (p<0,001). Ao final do tratamento, observou-se a remissão completa da doença em 30,57% dos casos. A sobrevida global de cinco anos foi de 76% (IC95%: 0,736−0,790) em 1 ano, 69% (IC95%: 0,665−0,724) em 2 anos e 62% (IC95%: 0,587−0,650) em 5 anos. As meninas apresentaram um risco 28% menor de morrer de câncer em 5 anos em comparação com os meninos (HR=0,72; IC95%: 0,579−0,901; p=0,004). As maiores taxas de sobrevida foram encontradas para indivíduos com linfomas de Hodgkin, neuroblastoma e ganglioneuroblastoma. As menores taxas de sobrevida em 5 anos foram observadas para pacientes com leucemia mieloide aguda. A sobrevida global estimada em 5 anos foi de 61% (IC95%: 0,585−0,651; p=0,1) para crianças da cidade menos desfavorecida do estado segundo o IBP. Observamos um aumento significativo de risco para morte entre crianças e adolescentes nas cidades mais desfavorecidas (Q5) (HR=2,12; IC95%:1,06−4,23; p= 0,034). Conclusão: Em síntese, embora a maioria das variáveis manteve excelente completude, a tendência de aumento da incompletude em raça/cor e a tendência de diminuição em TNM destacam a importância de RHCs confiáveis e completos para cuidados personalizados com câncer, planejamento de políticas públicas e realização de pesquisas sobre controle do câncer. Nossos achados indicaram uma queda gradual na incidência de câncer em crianças e adolescentes ao longo da série temporal avaliada com maior prevalência de leucemias em crianças do sexo masculino e maior ocorrência de tumores ósseos malignos e carcinomas em adolescentes de 10 a 14 anos. Evidenciamos na pressente série histórica uma sobrevida geral de cinco anos de 62% para pacientes diagnosticados entre 2007-2015 e que foi associado ao sexo e aos grupos de diagnóstico e está intimamente relacionada ao contexto socioeconômico. Ademais, o nível socioeconômico estimado através do IBP esteve associado a pior sobrevida entre crianças e adolescentes com câncer. As crianças e adolescentes socioeconomicamente vulneráveis podem constituir um grupo de pacientes de alto risco, que devem ser identificadas no momento do diagnóstico para manejo personalizado e em tempo oportuno. Algumas abordagens podem resultar em melhores taxas de sobrevivência, como investir em educação pública, melhorar a formação de profissionais de saúde, na detecção do câncer infantil, fortalecer o acesso aos serviços de oncologia, pesquisa clínica e cooperação internacional. | |
dc.description.sponsorship | Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES) | |
dc.format | Text | |
dc.identifier.uri | http://repositorio.ufes.br/handle/10/18262 | |
dc.language | por | |
dc.publisher | Universidade Federal do Espírito Santo | |
dc.publisher.country | BR | |
dc.publisher.course | Doutorado em Saúde Coletiva | |
dc.publisher.department | Centro de Ciências da Saúde | |
dc.publisher.initials | UFES | |
dc.publisher.program | Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva | |
dc.rights | embargoed access | |
dc.subject | Neoplasias | |
dc.subject | Epidemiologia | |
dc.subject | Análise de sobrevivência | |
dc.subject.cnpq | Saúde Coletiva | |
dc.title | Fatores associados à sobrevida global de crianças e adolescentes com câncer no Espírito Santo e sua relação com o índice brasileiro de privação | |
dc.type | doctoralThesis |