Muriquis e onde habitam: fatores que interferem na distribuição espacial de grupos sociais na Mata Atlântica fragmentada

dc.contributor.advisor1Mendes, Sérgio Lucena
dc.contributor.authorCentoducatte, Luana D'Avila
dc.contributor.referee1Paglia, Adriano Pereira
dc.contributor.referee2Strier, Karen Barbara
dc.contributor.referee3Leite, Yuri Luiz Reis
dc.contributor.referee4Kierulff, Maria Cecilia Martins
dc.date.accessioned2018-08-02T00:15:33Z
dc.date.available2018-08-01
dc.date.available2018-08-02T00:15:33Z
dc.date.issued2017-02-23
dc.description.abstractIn a world of highly fragmented natural landscapes, it is convenient to identify different types of animal movement behavior and how they contribute to the understanding of dispersal processes and species distribution. Regional demand for agricultural products creates new patterns of land use and influences deforestation rates, changing the connectivity between habitats and therefore the degree to which animal populations are isolated or can maintain gene flow, and influencing the persistence of species in the landscape. In this context, this thesis addressed hypotheses about how habitat features affect the distribution and movement of the northern muriqui, an endemic, critically endangered primate, in an Atlantic Forest region, a hotspot of biodiversity. Using fieldcollected data, graph theory and individual-based spatially explicit models, we were able to analyze the muriqui’s population response to landscape variables, make inferences about the distribution of social groups, animal movement and population growth, and suggest conservation strategies that can be implemented in the region. We found that from 1970 to 2008, forest cover increased almost three-fold. The number of forest patches is diminished but the size increased, a reflection of the natural regeneration that connected some of the previously isolated patches. We found that patch size, connectivity and forest growth influence the distribution of muriquis, and their persistence in the landscape was probably ensured by forest regeneration and their ability to explore secondary forests. Empirical data showed that isolated forest patches produced a complete change of the typical behavior of muriquis, a primate with femalebiased dispersal pattern. At least five females stayed in their natal group and became sexually active and reproductive, while others left the group and became solitary. Forest patches functionally connected preserved that typical behavior, with dispersal of females from one group into another. Other than the expected female dispersal, we also recorded a fission of one group into two different social groups, in which the smallest one migrated to another fragment by crossing a road and an eucalyptus plantation. We developed the MPSG model (Muriqui Population Spread and Growth), which simulates movement behavior across the landscape by using population dynamics outputs as a trigger to regulate the events of migration. The simulation resulted in an average population increase of 2.4-fold in 50 years, with female migration playing an important role in that growth. More than 60% of females will probably have no success in finding a mating partner because their dispersal will lead to empty patches. We found that, for species with dispersal process such as the muriquis, connectivity may be as important as (or even more important than) habitat size. For conservation purposes, we proposed to improve the connectivity between patches, to establish a protected corridor of biodiversity, and the translocation of young females to other groups within the landscape. This study shows the importance of historical landscape analyses to understand potential population recovery of endangered species. Models that estimate the spatial behavior of populations in the landscape using spatial and population information can be a powerful tool to understand how past landscape features shaped present species distribution and to project the future persistence of this species.
dc.description.resumoEm um mundo de paisagens naturais altamente fragmentadas, é conveniente identificar diferentes tipos de comportamento de movimentação animal e como eles contribuem para a compreensão dos processos de dispersão e distribuição de espécies. A demanda por produtos agrícolas cria novos padrões de uso da terra e influencia as taxas de desmatamento, alterando a conectividade entre os habitats, o grau de isolamento e o fluxo genético entre populações, influenciando, portanto, a persistência das espécies na paisagem. Neste contexto, esta tese abordou hipóteses sobre como as características do habitat afetam a distribuição e a movimentação dos muriquis, um primata endêmico criticamente ameaçado, em uma região de Mata Atlântica. Usando dados coletados em campo, teoria dos grafos e modelos espacialmente explícitos baseados no indivíduo, foi possível analisar a resposta populacional de muriquis às variáveis da paisagem, fazer inferências sobre distribuição de grupos sociais, movimentação animal e crescimento populacional e sugerir estratégias de conservação que podem ser implementadas na região. Dados mostram que, de 1970 a 2008, a cobertura florestal aumentou quase três vezes. O número de fragmentos florestais diminuiu mas o tamanho aumentou, refletindo uma regeneração natural que conectou alguns dos fragmentos que se encontravam isolados no passado. O tamanho do fragmento, a conectividade e o crescimento florestal foram identificados como fatores que influenciaram a distribuição de muriquis e a sua persistência na paisagem que, provavelmente, foi assegurada pela regeneração da floresta e pela sua habilidade em explorar florestas secundárias. Dados empíricos mostraram que, em fragmentos florestais isolados, houve uma mudança completa do comportamento esperado de muriquis, que apresenta um padrão onde somente fêmeas dispersam. Pelo menos cinco fêmeas permaneceram em seu grupo natal e se tornaram sexualmente ativas, enquanto outras deixaram o grupo e tornaram-se solitárias. Em fragmentos florestais funcionalmente conectados, o comportamento esperado foi preservado, com dispersão de fêmeas entre grupos. Além disso, foi relatada a fissão de um grupo em dois grupos sociais diferentes, em que o menor migrou para outro fragmento cruzando uma estrada e uma plantação de eucalipto. O modelo MPSG (Muriqui Population Spread and Growth), desenvolvido para simular o comportamento de movimentação dos muriquis pela paisagem, utilizou dados de dinâmica populacional como um regulador dos eventos de migração. A simulação resultou em um aumento populacional médio de 2,4 vezes nos próximos 50 anos, com a migração das fêmeas desempenhando um papel importante nesse crescimento populacional. Entretanto, mais de 60% das fêmeas provavelmente não terão sucesso em encontrar um parceiro reprodutivo porque a dispersão pode levá-las a fragmentos sem grupos sociais de muriquis. Verificou-se que, para espécies que apresentam processo de dispersão como os muriquis, a conectividade pode ser tão importante quanto o tamanho do habitat. Para fins de conservação, propomos incrementar a conectividade entre os fragmentos florestais, estabelecer um corredor protegido de biodiversidade e translocar fêmeas jovens para outros grupos sociais da mesma região. Este estudo demonstra a importância de análises históricas da paisagem para compreender o potencial de recuperação de populações de espécies ameaçadas de extinção. Modelos que estimam o comportamento de indivíduos, incluindo informações espaciais e populacionais, podem ser uma poderosa ferramenta para entender como as características da paisagem no passado moldaram a distribuição das espécies no presente e projetar a persistência dessa espécie no futuro.
dc.formatText
dc.identifier.citationCENTODUCATTE, Luana D'Avila. Muriquis e onde habitam: fatores que interferem na distribuição espacial de grupos sociais na Mata Atlântica fragmentada. 2017. 73 f. Tese (Doutorado em Biologia Animal) - Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Vitória, 2017.
dc.identifier.urihttp://repositorio.ufes.br/handle/10/9920
dc.languagepor
dc.publisherUniversidade Federal do Espírito Santo
dc.publisher.countryBR
dc.publisher.courseDoutorado em Biologia Animal
dc.publisher.initialsUFES
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
dc.rightsopen access
dc.subjectHabitat connectivityeng
dc.subjectConectividade de habitatpor
dc.subjectLandscape heterogeneityeng
dc.subjectHeterogeneidade da paisagempor
dc.subjectForest regenerationeng
dc.subjectRegeneração florestalpor
dc.subjectFemale-biased dispersaleng
dc.subjectDispersãopor
dc.subjectAgent-based modeleng
dc.subjectModelos baseados no indivíduopor
dc.subjectBrachyteles hypoxanthuspor
dc.subject.br-rjbnBiologia de conservação
dc.subject.br-rjbnMuriqui x Ecologia
dc.subject.br-rjbnEcologia animal
dc.subject.br-rjbnHabitat (Ecologia) x Conservação
dc.subject.br-rjbnPaisagens fragmentadas
dc.subject.br-rjbnAnimais em extinção
dc.subject.cnpqZoologia
dc.subject.udc57
dc.titleMuriquis e onde habitam: fatores que interferem na distribuição espacial de grupos sociais na Mata Atlântica fragmentada
dc.typedoctoralThesis
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