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Navegando Licenciatura por Assunto "Aula de campo"
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- ItemTerritórios negros na cidade de Vitória-ES (2024): proposta de circuito para aula de campo de geografia(Universidade Federal do Espírito Santo, 2024) Souza, Aingrid Fabiane de; Boechat, Cássio Arruda; http://lattes.cnpq.br/1336301405652757O trabalho apresenta o resultado de uma investigação, por meio de pesquisa documental, que tem por objetivo identificar os territórios negros (que resistiram e resistem) existentes atualmente na cidade de Vitória-ES e sugestionar um roteiro para aula de campo de geografia com possibilidades de diálogo interdisciplinar com história, artes, sociologia e relações étnico raciais, com potencialidade de ser adotado com turmas do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior, pois permite diversas abordagens. Não é objetivo da pesquisa esgotar o tema e apontar todos os possíveis territórios, uma vez que tal empreitada é impossível, seja pela fonte de pesquisa documental, seja pela necessidade de resguardar práticas religiosas de matriz africana expostas frequentemente a violência motivada pela intolerância religiosa, racismo e pré-conceitos. A realização de uma aula de campo por um circuito de territórios negros na cidade de Vitória-ES proporcionará aos alunos uma experiência educativa rica e multifacetada. Essa prática não apenas complementará o conhecimento teórico, mas também promoverá uma conexão significativa com a cidade e com a realidade social e cultural dos locais visitados, contribuindo para uma formação mais completa e reflexiva dos estudantes. Para os fins desta pesquisa, adotaremos a concepção de território negro relacional proposto por Pedrosa (2023) que dialoga com os conceitos de território e territorialidade abordados por Milton Santos (2000) e Haesbaert (2004). Entendemos o território negro como os diversos espaços ocupados pela população negra, variando em escalas e contextos, demarcados por limites que nem sempre são fixos, reconhecidos e caracterizados pela coletividade que os conforma. Incluem-se tanto os espaços que a população negra frequenta e utiliza para sociabilidade e práticas culturais quanto os monumentos e edificações que evocam simbolicamente a presença ou a memória negra. A breve análise histórica e demográfica da cidade de Vitória, ES, revela um padrão persistente de segregação e exclusão da população negra que se estende desde o período colonial até os dias atuais. Desde a chegada dos africanos escravizados até o presente momento, a população negra em Vitória tem enfrentado uma trajetória marcada por dificuldades socioeconômicas e desigualdades. Apesar de representarem mais de 50% da população de Vitória, os negros e pardos continuam a residir predominantemente em bairros com menor valorização econômica. A concentração significativa da população negra em áreas como o bairro da Piedade e nas regiões administrativas de São Pedro, Santo Antônio, Goiabeiras e Grande Maruípe, em contraste com sua escassez em bairros de maior poder econômico, sublinha a persistência de desigualdades espaciais. Conclui que os processos raciais são fenômenos que imprimem suas marcas no espaço geográfico e propor a realização aulas de campo pelo circuito resgata, registra, traz visibilidade e valoriza a história e a presença comunidade negra e sua existência na cidade de Vitória-ES.